O tempo corre. E em 2024, ele parece ainda mais veloz. O prefeito eleito de Salto, Geraldo Garcia, dedicou parte de sua tarde da última segunda-feira para falar ao Jornal de Salto sobre as expectativas para seu mandato, que se inicia em 2025.
Não é todo político tem o privilégio de ser eleito quatro vezes para ser prefeito de sua cidade. Se essa longa trajetória trouxe alguns processos judiciais, também o ensinou que quatro anos passam rápido e há muito a ser feito. “Estou pensando no meu legado”, afirma ele. Seu vice, Fábio Jorge, o vereador mais jovem a ser eleito no mandato anterior, deve ser seu sucessor político.
Aos 62 anos, Garcia relembra que a sala onde nos encontramos para a entrevista era a mesma onde o menino Geraldo estudava. Fala dos pais, da infância, e do programa de rádio que o fez ganhar notoriedade e atrair a atenção do então prefeito Eugênio Couto, que o convidou para a vida pública como Secretário de Turismo em 1989.
Ele se orgulha das obras que realizou na cidade, como o parque Rocha Moutonnée – hoje conhecido como Parque dos Dinossauros –, o Parque das Lavras, ao lado do monumento à Padroeira, e o Parque do Lago. Em Itu, foi responsável pelo Parque do Varvito, durante o mandato do prefeito Lázaro Piunti (1993-1996).
Em Salto, Geraldo foi eleito vereador por dois mandatos e, de 1997 a 2004, exerceu o cargo de presidente da Câmara. De 2005 a 2012, foi prefeito, saindo do cargo ao eleger seu sucessor, Juvenil Cirelli. Em 2016, foi novamente eleito, mas perdeu as eleições de 2020. Após a derrota, trabalhou como superintendente da FIEC em Indaiatuba.
“Conto essa trajetória porque acho que a população levou isso em consideração. Tenho muita gratidão por essa oportunidade. Eleições se ganham, eleições se perdem. Em 2020 foi difícil, eu tinha muitos projetos e sonhos de continuidade”, reflete.
Um dos temas centrais das eleições foi a crise no abastecimento de água na cidade. O Consórcio Ribeirão Piraí é visto como a solução. “Esse é um dos meus grandes sonhos, porque a questão hídrica de Salto é muito complexa. Sem essa represa, enfrentaremos grandes dificuldades. Acho que seria o maior presente que eu poderia dar à minha comunidade, ao meu legado.”
Além disso, Garcia destaca a importância de tratar as águas do Rio Jundiaí: “Quero entender, nesse período de transição, porque isso ainda não foi feito.”
Outra proposta é a construção de um Centro de Eventos para o município. Após anos trabalhando em Indaiatuba, ele tem mais um projeto em mente: uma avenida que conecte Salto a Indaiatuba, desafogando o trânsito intenso da SP-75.
“O mandato é muito, muito breve. Estamos falando de 1.460 dias. Ou, se preferir, 35.040 horas. Se não aproveitarmos cada instante, o tempo voa. Espero que a situação financeira esteja favorável para não perdermos o primeiro ano resolvendo problemas e pagando dívidas, como aconteceu nos meus outros mandatos. Com a minha experiência, já estou preparado para isso, mas saberemos com certeza durante a transição’.”’, pontua.
“Estou com 62 anos, entende? Estou pensando no legado. Já penso na história que quero deixar registrada. Nem sei se será em livros, podcasts ou algo digital, mas quero honrar este lugar, que era minha casa, onde estou te dando esta entrevista. Minha infância foi exatamente aqui, neste mesmo quartinho onde eu estudava e fazia minhas tarefas.” Ele relembra o pai, Ramom Garcia, “um dos pedreiros mais requisitados da cidade.”
Sobre sua situação na Justiça Eleitoral, Garcia declara estar tranquilo: “O relator já se manifestou favoravelmente aos meus argumentos e aos dos meus advogados. Mas respeito a Justiça e aguardamos com serenidade.”
Quanto ao secretariado, diz que, apaixonado por jornalismo que é, irá anunciar a equipe como nos velhos tempos: em uma coletiva de imprensa. Aguardemos…