A advogada e vereadora eleita em Salto, Graziela Costa Leite, conhecida como Dra. Grazi, perdeu uma ação contra a Editora Ática pelo livro da escritora Ana Maria Machado, “Menina bonita do laço de Fita”.
A advogada disse que teve acesso ao texto pois a escola em que sua filha estuda recomendou como leitura obrigatória. Ao ler o livro, concluiu que o texto é racista e pediu então a proibição da circulação e venda da edição em todo o país.
A juíza Thais Galvão Camilher Peluzo, de Salto, julgou improcedente o pedido e condenou a advogada a pagamento de custas e despesas do processo.
Segundo a magistrada, Dra. Grazi “deseja transformar sua opinião sobre a obra em um decreto de censura nacional” e que “se arroga como porta-voz de direitos” como se pertencesse ao Ministério Público.
Na sentença, defende o livro, dizendo que por mais de três décadas tem sido usado para discutir o respeito às diferenças e os profissionais pedagógicos que escolheram a publicação têm capacidade para analisar a obra.
“Acreditar que o livro infantil deva ser banido, pois desagrada ao gosto pessoal de alguém, é no mínimo um argumento frágil, com pitadas de delírio autoritário”.
O Clube do Livro de Salto comemorou a decisão judicial. “Um exemplo de bom senso em tempos em que a censura tenta se infiltrar até nos espaços da literatura infantil.”
Ao Jornal de Salto, Dra. Grazi disse que vai recorrer.
Imagemcrédito: Editora Ática, Ilustração Claudius
1 Comentário
Excelente decisão!
Ainda bem que ainda temos juízes sensatos nesse país!