O Jornal de Salto entrevistou mães, moradoras da cidade, para falarem sobre os desafios e realizações de cada fase: um recém-nascido, uma adolescente e uma adulta.
A gestação e a maternidade, experiências intensas e transformadoras, mudaram a vida dessas mulheres. Os filhos e filhas mudam, as mães se adaptam e tentam fazer o seu melhor.
Puérpera
Este Dia das Mães de 2025 será muito especial para a psicóloga e doula Suellen Rosana Costa Amaral (foto principal), 35 anos, moradora de Salto: será a primeira vez que ela irá comemorar o ato de maternar, com o pequeno Rael nos braços, com apenas 40 dias de vida, e representa para ela um grande sonho realizado.
“Eu queria muito ser mãe, e, me falaram que eu poderia apenas no método in vitro, mas eu não me dei por vencida: mudei hábitos alimentares e comecei a cuidar mais do meu corpo – incluindo acupuntura, e deu certo: fiquei grávida naturalmente, após dois anos”, diz ela, que trabalha com gestantes e queria também ter esta experiência para poder ser uma profissional ainda melhor, conhecendo a teoria e da prática.
A gestão foi maravilhosa e o parto perfeito, conta Suellen. Mas o pós-parto foi desafiador: envolveu instabilidade, choro, dor e muita dificuldade para a amamentação. Ela procurou uma série de profissionais e agradece também o apoio do companheiro Marcelo Campos; agora a situação já está mais equilibrada. “Uma coisa é a teoria, a prática é outra”, confessa. Como terapeuta e como mãe, ela tem preocupações. “Como esse mundo vai receber meu filho? Como eu vou conciliar minha vida profissional com os horários dele? E tem dias que a ficha não cai que realizei meu sonho, gerei uma vida! Agora, eu admiro ainda mais as mulheres mães e sei que vou ter que melhorar como pessoa, ser menos controladora, aprender a pedir ajuda…”
Mãe de adolescente
Simone Prado Almeida Valle, 43 anos, já está em outra fase: super produtiva profissionalmente, trabalha como assessora parlamentar e é a idealizadora da Salto Delas, evento que reúne centenas de empreendedoras da cidade. Ela, que já foi até secretária municipal, concilia tudo isso com a maternidade de uma adolescente, Mirella, e do menino Davi, 10 anos, autista.
Casada há quase 22 anos, ela conta que nunca precisou pausar a carreira para os cuidados com os filhos, pois teve uma rede de apoio forte, com sogra, sogro e marido. “Conciliar a maternidade com a vida profissional exigiu muito equilíbrio, organização e apoio da família. Consegui estar presente nos momentos importantes dos meus filhos até hoje e isso foi uma escolha consciente e com muito amor”, conta.
Ela conta que a maternidade mudou a sua perspectiva de vida. “Antes, minhas decisões eram voltadas só para mim e para o casal, inclusive ficamos 12 anos só viajando e na época não queríamos ter filhos. Mas hoje sei que eles foram nossa melhor decisão, pois tudo passou a ser planejado em conjunto, com responsabilidade e muito amor. A maternidade me moldou como pessoa: me fortaleceu, mais empática e mais resiliente, e mais paciente. Não é fácil lidar com tantas demandas ao mesmo tempo, e ainda encontrar tempo para si mesma, mas a recompensa de ver meus filhos crescendo saudáveis, educados e felizes, compensa qualquer esforço…”

Mãe de filho adulto
Terezinha Aparecida Mello Ribeiro, 60 anos, já está em outra fase da vida: ela teve Carol Mello aos 34 anos, após doze anos casada com Roque e aguardando muito uma criança para preencher o lar. “Ela foi muito desejada”, conta.

Aquela menininha se tornou uma mulher, que foi bailarina do Faustão e hoje é bailarina, atriz e influencer, e a mãe sua companheira. Terezinha se orgulha de seu ofício: costureira. “Eu saí do meu trabalho para acompanhar a Carol nos trabalhos dela como atriz e bailarina, e então me tornei figurinista. Já fiz roupas para o Domingão do Faustão, para a Disney, Pablo Vittar… me lembro do dia que uma cortina se rompeu e eu tive que ficar no palco com a máquina de costura, foi a realização de um sonho”, recorda.
Hoje, mãe e filha fazem o que amam, e se complementam e sua arte. “Ela mora em São Paulo, sempre que eu posso vou para lá, mas fico tranquila, pois ela sempre foi muito tranquila e focada no que ela quer.”

Foto Suellen: Anna Rosa Fotografia Foto Simone e Terezinha: Arquivo Pessoal
1 Comentário
[…] Fonte: Jornal De Salto […]