Estados Unidos despencam no ranking das exportações de Salto em outubro
As exportações de Salto registraram forte queda em outubro de 2025, com recuo de 20,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado. O município embarcou US$ 18,5 milhões em produtos, enquanto as importações cresceram 33,4% e chegaram a US$ 20,5 milhões. O resultado foi um déficit de US$ 2,1 milhões na balança comercial, o primeiro saldo negativo em meses.
📲 Participe da nossa lista de transmissão e concorra a prêmios, clique aqui!
O principal destaque negativo do período foi a forte retração das vendas para os Estados Unidos, que despencaram no ranking de destinos das exportações saltenses. Em outubro, o país representou apenas 0,6% do total exportado, uma participação mínima diante dos 34,5% registrados no acumulado de janeiro a outubro. A queda reflete uma desaceleração nas compras norte-americanas após o aumento de tarifas sobre produtos industriais, afetando diretamente o desempenho de cidades com perfil exportador como Salto.
Balança comercial de Salto em outubro de 2025
| Indicador | Valor (US$ milhões) | Variação Out/24 | Situação |
|---|---|---|---|
| Exportações | 18,5 | -20,7% | Queda |
| Importações | 20,5 | +33,4% | Alta |
| Corrente de comércio | 39,0 | +0,9% | Estável |
| Saldo | -2,1 | — | Déficit |
Exportações perdem ritmo, mas superávit anual é mantido
Apesar do resultado negativo de outubro, Salto mantém superávit no acumulado do ano. Entre janeiro e outubro, o município exportou US$ 174,5 milhões e importou US$ 155 milhões, resultando em saldo positivo de US$ 19,6 milhões. As exportações, porém, estão praticamente estáveis em relação a 2024 (-0,2%), enquanto as importações cresceram 6,9%.
O desempenho mostra que o comércio exterior saltense perdeu parte do impulso registrado no início do ano, em especial pela oscilação de alguns mercados latino-americanos e pelo recuo das compras dos Estados Unidos.
Principais destinos das exportações
Em outubro, o Chile (10,8%) e a Argentina (10,3%) lideraram as compras de produtos saltenses, seguidos por Colômbia (9,1%), Uruguai (4,9%) e Peru (4%). O conjunto dos países da América do Sul respondeu por mais de 40% das vendas externas do município.
No acumulado de janeiro a outubro, o cenário é outro: os Estados Unidos seguem como destino principal, com 34,5% de participação, seguidos por Argentina (11,2%), Colômbia (5,3%), Chile (4,9%) e Paraguai (2,9%). A lista reforça a importância do mercado norte-americano para a indústria local, ainda que outubro tenha representado um ponto fora da curva.
Top 10 destinos das exportações de Salto — Outubro de 2025
| País | Participação (%) |
|---|---|
| Chile | 10,8 |
| Argentina | 10,3 |
| Colômbia | 9,1 |
| Uruguai | 4,9 |
| Peru | 4,0 |
| Paraguai | 3,2 |
| Bolívia | 1,8 |
| Equador | 0,7 |
| Venezuela | 0,7 |
| Estados Unidos | 0,6 |
Importações crescem e Ásia amplia presença
As importações saltenses avançaram 33,4% em outubro, puxadas principalmente pela Ásia, que respondeu por quase 30% do total. Países como China, Índia, Japão e Coreia do Sul aparecem entre os principais fornecedores, indicando forte dependência de insumos industriais e componentes eletrônicos.
A Europa também teve participação relevante, com destaque para Alemanha, França e Itália, além dos Estados Unidos, que representaram 18% das compras no mês.
Principais origens das importações — Salto, Outubro de 2025
| Região | Participação (%) |
|---|---|
| Ásia (excl. Oriente Médio) | 29,4 |
| América do Norte | 6,5 |
| América do Sul | 5,6 |
| Europa | 3,0 |
| Oceania | 2,8 |
| Oriente Médio | 2,3 |
| Demais regiões | 0,4 |
No Brasil como um todo, as exportações somaram US$ 31,2 bilhões em outubro, queda em relação ao mês anterior, mas ainda suficientes para manter superávit na balança comercial, segundo dados do ComexStat.
As vendas externas seguem pressionadas pela redução das compras dos Estados Unidos, que vêm reagindo aos novos encargos tarifários aplicados sobre o aço e o alumínio brasileiros, enquanto a demanda chinesa se mantém estável. Ainda assim, o saldo nacional continua positivo devido à forte performance do agronegócio e da mineração, que compensam a retração industrial.
Foto: Diego Baravelli/MInfra/Agência Brasil